terça-feira, 12 de agosto de 2008

Vícios



Tema inovador, não? Vício, do Lat. vitiu; s. m., hábito de proceder mal; costume censurável ou condenável; costumeira; hábito prejudicial; libertinagem; defeito; acção indecorosa que se pratica por hábito; viciação; erro; dolo. Tudo meu agora é no latim. Enfim, isso não vem à questão.
O vício não poupa ninguém e isso não é novidade. Ataca mais alguns do que outros, mas o velhinho sempre vem. Bem abençoada fui com vários, desde os sete anos iniciei o mais antigo e aparente de todos, a tricotilomania, mania de arrancar cabelos. Ah, porém antes tive anorexia, que é um vício sim, já que é um mal hábito e o contrário da compulsão por alimentos. A tricotilomania não sei bem como começou, entretanto, a anorexia iniciou-se, lembro bem do dia: no horário do lanche da escola, quando um menino se engasgou com uma pizza, o medo da professora de que ele morresse foi tão grande que eu o contraí. Sim, tive medo de comer e engasgar e morrer.
Depois vieram os TOCs (não que a anorexia já citada não fosse um, nesse caso), estalar, fazer o sinal da cruz, bater na madeira...incontáveis. Mais recentemente, uma compulsãozinha diária por doces, nem que seja um chocolatezinho, preciso comer. Isso também não é nada original, visto que as mulheres, grandes mártires da TPM, período de confusão de hormônios e conseqüentemente, neurotransmissores, têm de repor a seretonina.
O ponto chave é: Finalmente desvendei ele, O Diabo. Sim, ele mesmo, aquele que sempre aparecia em meus jogos, aquele que considerava meu perseguidor, de quem era vítima. Não era mais que a representação de mim mesma. Ninguém, absolutamente ninguém é meu carrasco nessa fábula de idas-e-vindas. Sou eu que possuo mais um vício. E mais uma vez, não sou nenhuma santa prostituta ou mãe virgem: o suposto 'amor' e também o sexo já foram cientificamente comprovados como 'sintetizadores' de serotonina e endorfina, tendo efeitos no cérebro semelhantes a muitas substâncias alucinógenas . E quem mais suscetível a isso do que uma usuária forçada de cloridrato de fluoxetina? Assim como uma fumante que finalmente ''vê a luz'' além daquela de seu cigarro, eu ando contra a corrente de minha dependência. Nunca fui muito boa nisso, admito. Talvez eu passe o resto da minha vida sonhando com Frees, assim como minha mãe, ex-fumante há mais de dez anos.



4 comentários:

Louise Scoz disse...

Oi Júlia. Claro que pode, vou linkar o seu blog tbm. Beijos

Eu# disse...

Gostei! XD

Louise Scoz disse...

Júlia! Está devidamente adicionada. Que bom que gostou... astrologia é para usar, não é mesmo? Beijos

Louise Scoz disse...

Júlia! Quando vamos poder ler mais um texto seu? Beijos