quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Me desculpe se só o abordo em prantos. Talvez jamais tenha aprendido a sorrir para as pessoas certas e nas devidas ocasiões. Estou aqui por causa de uma indicação amiga, como último apelo. Orar, do Latim, implorar, pedir. É sempre o último apelo, o mais vergonhoso, aquele que nunca morre ou deixa de deixar dúvidas sobre sua eficiência, sua escuta. Quando sua mãe, seu pai, seu confidente e o padre vão dormir, menos você.
É insuportável estar acordado sozinho, assim como ser vigiado. Ainda assim, a idéia de ser observado por alguém que não podemos observar, com quem podemos falar, mas que jamais responderá, é reconfortante. Porque a aceitação da mudez eterna, do infinito entendimento e consentimento, do não-julgamento, é uma ilusão cara e nunca completa daqueles que pagam uma terapia (me inclua nesse grupo).
Então aqui estou, tornando a minha prece eterna enquanto dure e suplicando por aquilo que todos sempre suplicam e suplicarão. Todavia, deixemos nossa conversa entre nós dois, o sagrado sigilo entre o crente e o crido. Amém.

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