domingo, 23 de novembro de 2008


Essa sensação de liberdade, merecimento, boas novas, me assusta. Isso porque, eu, como uma boa fiel aos ditados populares, costumo citá-los com freqüência: "quando a esmola é muita o santo desconfia", "pra baixo todo santo ajuda", "quando deus abre uma porta, fecha uma janela (é ao contrário, eu sei)". Mas, parafraseando a b-side de Alanis Morissette, "after a year like this one...". Talvez eu realmente mereça o que ando recebendo; reconhecimento, saúde e liberdade. Esta última principalmente. Chego a ter medo dela, nunca tive-a tão próxima. Em pensar que, há menos de uma ano atrás, lá estava eu, limitada a metros quadrados, literalmente, suando frio só em respirar, esperando que a qualquer momento uma bomba estourasse em minha mãos.
Esse ano passei 3 meses em pânico, achando que estava doente, ao meu redor cada vez mais pessoas próximas adoeciam. Mesmo com a confirmação da minha saúde impecável, tive medo. Sempre pensei que não merecia o que era bom, o que me era digno ou que era 'a injustiçada'. De repente aqui me vejo, familiarizada com uma tal de 'harmonia' que foi chegando devagar. Talvez seja essa a verdadeira liberdade, e não aquela euforia em quebrar as correntes, é a satisfação de quebrá-las raspando-as com uma lixa de unha, por anos, e sentir-se feliz não apenas por estar livre, mas, principalmente, por merecer está-lo.
Minha fé é pessimista, escatológica, punidora. É difícil se livrar de algo assim da noite para o dia. Porém, "lately, I'm a desperate believer" - precisa dizer essa de quem é?

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