quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Júlia Domna


Severian Dynasty

Júlia Domna era natural da Emesa (a atual Homs, Síria), nascida em torno do ano 170 e filha de Júlio Bassiano, sumo sacerdote da divinidade solar síria Baal e irmã de Júlia Maesa. Entre 185 e 187, um horóscopo lhe foi profetizado que iria se casar com um homem que iria chegar a ser imperador. Isso fez com que Lúcio Sétimo Severo, procônsul da Gália Lugdunensis, comandante da Legião IIII Scythica a tomasse como sua segunda mulher (a primeira foi Paccia Marciana). Deste matrimônio nasceriam dois filhos, Lúcio Sétimo Bassiano (convertido em 195 como Marco Aurélio Antonino Caracalla) e Públio Sétimo Geta.

Em 193, ano em que Sétimo Severo é proclamado imperador pelas tropas da Panônia, Júlia Domna obtém o título de Augusta - moedas chegaram a ser cunhadas com sua efígie.

A constante presença junto a seu marido durante as expedições militares faz com que se lhe conceda o título de mater castrorum ("mãe" do acampamento militar), apelativo de recente criação, designado pela primeira vez a Faustina Minore em 174.

Júlia Domna exerceu desde o início uma forte influência sobre as decisões de seu marido, chegando a ter parte ativa na administração do império.

Entre 202 e 205, o papel ocupado pela imperatriz motivaria a inveja do prefeito do pretório, Caio Fúlvio Plautiano, conselheiro muito influente com o imperador. Plautiano o convenceu de que Júlia havia sido adúltera, abrindo um processo para retiré-la da vida pública. Este afastamento da corte lhe permitiu se dedicar intensamente ao estudo da filosofia e da religião, e se formou em torno dela um círculo de figuras intelectuais importantes.

Após a morte de Severo, em 211, seus dois filhos – rivais implacáveis – tornaram-se imperadores e governaram em conjunto; mas Caracala, tendo convencido Júlia a convocar os dois para uma reconciliação, esfaqueou o irmão, que morreu nos braços da mãe.

Durante o principado de Caracala (211-217), Júlia teve grande participação no poder imperial. A posição primária de Júlia Domna em âmbito público emerge com evidência de sua titulação Iulia pia felix Augusta mater Augusti nostri et castrorum et senatus et patriae, testemunhada com certeza a partir de 211.

Todavia, em 217, sua sorte mudou do nada. Quando recebeu a notícia do assassinato de Caracala e da aclamação imperial de Macrino, Júlia Domna se suicidou em Antióquia.

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